terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

DESEJOS...


Desejos...

Muitos são os desejos que nos corroem a alma. Muitos são os desejos que nos corroem a pele. Desejamos muito, o tempo todo...

Durante toda nossa vida esperamos que coisas boas aconteçam. Esquecemos a importância dos momentos difíceis, afinal, são eles que fazem com que as alegrias sejam mais saborosas.

Desejamos acordar todos os dias com um humor invejável. Desejamos que nosso dia seja esplendoroso. Desejamos que nossa vida seja um grande espetáculo, com fogos de artifício explodindo no ar... mas não é assim, pelo menos, não todos os dias...

Quero agora uma coisa diferente, chega de desejos improváveis, quero a realidade pintada por mim mesma, numa tela grande, com uma aquarela colorida.

Resolvi, decidi, e isso me dá uma potência incrível, uma força inigualável, que me torna capaz de todas as proezas imaginadas por essa mente insana e sã, tudo ao mesmo tempo.

Quero acordar, ainda que seja por causa do despertador, ele me faz lembrar que o dia começa antes do meu relógio biológico... mas prefiro pensar que acordando mais cedo, realizo mais, vivo mais, conheço mais pessoas, pensamentos. Sinto o cheiro do café mais cedo, recebo mais “bom dia”, abraço e beijo muito mais gente... ahhhh, e como adoro gente, beijo e abraço!!!

Quero o telefone tocando, é um jeitinho tecnológico que a vida arrumou para que eu saiba que existe alguém pensando em mim. Quero as crianças gritando, na ânsia extrema do aprendizado.

Quero preencher o estômago sentindo os mais diversos sabores e temperaturas. Quero conhecer novas bebidas e suas cores. Quero o pão quente à tarde, lembrando-me a infância que teima em ficar cada vez mais distante...

Quero a felicidade indecente, daquelas que vêm com os pés molhados na água salgada. Quero a areia por entre os dedos, invadindo meus espaços. Quero a nuca molhada, num alívio que só o mar pode oferecer...

Quero a mesa cheia de gente, vozes proliferando, conversas simultâneas. Quero a geladeira diversificando saúde e guloseimas. Quero o espelho suado ao fim do banho, pegadas úmidas pelo chão...

Quero o dezembro colorido de todos os tons, velhinhos de vermelho, coelhos escondidos, chocolates derretendo na boca, dias festivos sem presentes...

Quero gargalhadas numa sessão de cócegas, consentidas ou não. Quero cinema infantil à tarde, dançar à noite, espreguiçar pela manhã... não necessariamente nessa ordem...

Quero o que a vida tem a oferecer-me, mas quero oferecer-me à vida. Pulsa um grande sentimento de amor e liberdade onde reina a certeza de que estou no
querer certo.

Silvia Mara

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