sábado, 14 de agosto de 2010

A doçura que acalenta o coração...


"Tia Vivinha, sabia que sexta-feira 13 é meu dia de sorte?
Encontramos 4 barras de chocolate e uma caixa cheeeeeeeiia de Batons.
Separamos uma barra pra você e 10 batons também..."

A pergunta que chega e é imediatamente respondida: A sorte é de quem nessa história?

Apertei e beijei muito essa coisa fofa...

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

E ela se foi...

E nós ficamos aqui
Esperando a palavra que desmentiria o acontecido
Mas a palavra não vem...

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

...


Palavras somem...

desaparecem...

tornam-se inatingíveis...

Estou assim...

simplesmente muda!

domingo, 18 de abril de 2010

DELICIOSAMENTE SIMPLES...



Já vi muitas listas. A grande maioria com dez itens. Algumas requerem muito dinheiro, uma vez que precisamos viajar para conhecer todos os lugares citados. Outras poéticas, com atitudes cheias de simbolismos. Ainda tem as listas de metas para o ano novo, as de objetivos profissionais, as de coisas para fazer em casa e todas as esquisitas mesmo. Precisamos completá-las, todas, antes de morrer. Acho que precisaria de muitas vidas pra isso...

Pensando em todas elas percebi que tenho uma lista também, mas quanto mais pensava mais percebia o quanto simples me parecia completá-la e ao mesmo tempo o quanto é deliciosa executá-la.

Lá vai...

Comer manga. Mas não é tão simples quanto parece. Tem que deixar escorrer até os cotovelos, sem se preocupar DE VERDADE com o olhar estupefato de quem te olha paralisado.

Alcançar a coceira nas costas quando se está sozinho em casa. Vale recorrer ao pente, quina de parede, lápis, escova de cabelo, caneta, garfo...

Comer sorvete direto do pote de 2 litros vendo televisão. Mas só pode parar quando o resquício de bom senso grita no seu ouvido: “Olha para o pote agora!!! Já está acabando!!!”

Sair do banho sem se enxugar e ficar na frente do ventilador ligado no máximo. No verão isso parece água no deserto!

Gritar GOOOOOOOOLLLLLLL!!!! Sem comentários...

Comprar uma havaiana para tirar o sapato que mais parece um torturador profissional e dilacera seu pé em cada passo dado.

Tirar aquela pelezinha no canto da unha que te deixa com vontade de comer o dedo.

Cozinhar altas horas da noite, lá pela madrugada mesmo.

Espelho do banheiro embaçado no inverno depois do banho mais quente da história da humanidade.

Acordar tarde em plena segunda-feira.

Ajeitar a meia que estava dobrada, bem no dedo mindinho, dentro do tênis.

Não fazer nada. Isso mesmo. Cheeeeeeeeeia de coisas pra fazer e ficar sentada, só pensando em nada...

Ihhh, já tem doze coisas nessa lista. As coisas simples multiplicam-se no nosso dia-a-dia e nem nos damos conta.

Simples assim (“oi”)

Silvia Mara

sexta-feira, 12 de março de 2010

VINTE DIAS SEM PALAVRAS...


Quando entrou no avião sentiu-se livre. Um pouco apreensiva pela partida, mas com a certeza de que a ausência lhe faria bem. A viagem seria relativamente curta, o que ela precisava mesmo era se desvencilhar da rotina a que estava habituada.

Dias ensolarados, cerveja gelada, papos sobre qualquer coisa, picolé, pastel... alternados com mergulhos num mar brilhante, revigorante, daqueles que elevam sua energia ao máximo.

Noites claras, estrelas cintilando o céu, lua acordando e dormindo, mais cervejas geladas, crepes, casquinhas... e o sol voltando pela manhã.

Conversas leves, papos-cabeça, pouca TV, muitos livros, música, cinema, gente nova, nada de internet... férias de verdade.

Aproveitou ao máximo as caminhadas, os passeios, os lugares diferentes aos quais nunca tinha ido, a noite, o dia, o sol e a lua. Afundou os pés na areia, deitou sob o céu estrelado, mergulhou no mar à noite, fez fogueira no calor.

Foi ótimo! Mas acabou e ela voltou.

No desembarque percebeu que alguma coisa tinha ficado fora das férias... ahhhh, as palavras...

Todas as palavras da viagem foram maravilhosas, enriquecedoras por motivos variados, mas a única coisa que faltou foi a tal cumplicidade... essa não se adquiri assim, sem mais nem menos. Até porque se trata de muito mais que intimidade. É a sintonia, o adivinhar o pensamento alheio, o completar a frase, o entender e rir das maiores besteiras, bobeiras, criancices ou o nome que quiser dar.

Esse é o problema! Ficar “calada” por vinte dias gera um vazio e um turbilhão de conversas inimagináveis, sem fim, bobas e profundas e só o tempo é capaz de colocar tudo no lugar.

Silvia Mara

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

AÇÚCAR, CANELA E AMOR


Tenho doces e deliciosas lembranças da minha infância. Hoje, por força das circunstâncias da vida, uma em especial veio em minha direção e arrebatou-me o coração. As rosquinhas da minha avó paterna...

Era sempre uma festa na cozinha. Ficávamos, eu e minha irmã, rodeando minha avó. Esperando para lamber as tigelas, aguardando as primeiras rosquinhas fritas que queimavam a boca sem que nos importássemos e minha avó com seus olhos azuis pintados de canetinha, sorriso escondido dizendo: “se comerem tudo agora não sobrará nenhuma para o lanche!”. Mas tínhamos a certeza de que ela faria quantas fossem necessárias...

As rosquinhas eram deliciosas, mas não era só a receita que nos encantava. Todo o processo era legal. Acompanhávamos tudo de pertinho. E quando as rosquinhas saíam da frigideira era a glória passá-las na mistura de açúcar e canela...de três que caíam no prato, duas iam parar furtivamente nas bocas infantis que insistiam em ajudar na cozinha...

Meu pai disse que tem a receita guardada. Tesouro precioso que terei o prazer de manter uma cópia sob minha guarda, assim como tenho memórias deliciosas de cada vez que ouvia sua voz dizendo “Essa é minha pretinha!!!” Eu, com meus cabelos loiros, pele branquinha, olhos que tentavam copiar inutilmente seu azul, sempre fui “a pretinha da vó”. Gostoso só de lembrar de ouvir...

Doces e deliciosas lembranças...

Hoje Ela se foi. Sei que encantará um outro mundo com suas rosquinhas açucaradas...mas a saudade bate e dói, é inevitável...

Siga em paz!

Amo você para sempre! Ainda bem que te disse isso antes da sua partida!

Obrigada por ser minha e adoçar minha vida com ou sem rosquinhas!

Farei uma receita em sua homenagem, em breve, agora não dá, o coração ainda está apertadinho...

Beijocas,

Silvia Mara