Sentada no alto do
penhasco, ela tinha uma visão privilegiada de tudo. O sol já ia alto no céu e
queimava suas costas, mas a sensação era boa e ela decidiu ficar. Ali era o
local e o momento perfeito.
Todas as coisas pareciam
pequenas partículas de um microcosmo, mas nem por isso, menos importantes.
Os acontecimentos dos
últimos tempos foram intensos. Mudanças aconteceram, sentimentos vieram à tona,
bons e ruins, mas cada um deles importante em seus devidos momentos.
A confusão mental e
emocional toma conta de seus dias. Quando tudo parece ser de um jeito, vem a
vida e muda as coisas de lugar.
Em que momento ela
acertou, em qual falhou? O que ela não percebeu? Qual foi a dica da vida que
ela não enxergou? Quais atitudes foram as corretas? Não sabe...
Deitou no chão sentindo a
grama refrescar suas costas, parecia o bálsamo de um abraço. A natureza sabe
das coisas...
Todos os seus sentimentos
oscilaram. Da garganta aos olhos, dos olhos ao peito, do peito ao cérebro e
nenhum deles fez sentido algum. Sua vida andava tão instável que não achava
possível encontrar sentido em alguma coisa. E permitiu que esses sentimentos
voltassem aos olhos e transbordassem. O alívio vem dessa permissão...
Seus ombros relaxaram, o
vinco no meio dos olhos desapareceu, a alma agradeceu o abraço divino. Ainda
está instável, mas recarregou suas forças para continuar a caminhada.
Silvia
Mara
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